domingo, 30 de junho de 2013

Comecei a aprender a desenhar sério, FINALMENTE !

Neste semestre acadêmico decidi tacar o FODA-SE e deixar um pouco de lado as disciplinas do curso de ADM. Me matriculei na disciplina de Desenho1 do Instituto de Artes da UnB.
Precisava, urgentemente, oxigenar... Sábia decisão. É um ambiente completamente diferente do qual estou acostumado, tipo, eu escuto música clássica nas aulas (!), algo completamente impensável de se fazer durante as minhas aulas de Adm. Pública, Finanças... etc.
Galera diferente, enfim... amando tudo.


Fase pré-Desenho1:


"Margaret".
Um dos primeiros trabalhos "sérios". Tinta PVA, lápis-aquarelável e um tiquinho de imaginação.




Adorando os resultados, os desafios, TUDO.
Para quem mal sabia desenhar o Xiao Xiao , já é uma evolução.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Os americanos sempre culparão os Índios pela morte dos Cowboys


Seis e cinco da tarde. Dia de prova. Saio da biblioteca para espairecer, ver gente, tomar um café. Ah! Se não fosse o café...

Sentei num daqueles bancos de praça do Minhocão para olhar o movimento de pessoas. O Minhocão neste turno fica mais diverso de público, digamos. Deve ser porque muitas das pessoas que estudam neste turno também trabalham e moram em outros locais do DF, sem ser por aqui, na Ilha da Fantasia em formato de avião.

No andar de cima, numa daquelas salas dos Centros Acadêmicos, ouço uma música familiar. "- Mapfumo!?!?". Olho para frente e vejo um cartaz informando que estava a acontecer a Semana da América Latina e África ou alguma coisa do gênero. Junto ao cartaz estavam expostos, em grandes painéis, retratos de artistas, políticos e celebridades destes locais, como Mercedez Sosa, Mandela, Che Guevara, Lula, Tiririca e mais outra pessoa que eu não soube reconhecer, mas que lembrava muito o jornalista e filósofo Olavo de Carvalho. Quem sabe...

Bebi o café em dois goles e a água apenas em um. Ah! Se não fosse o café...! Sentado no banco de praça do Minhocão, respiro fundo e aprecio o vai e vem dos jovens apressados por natureza e os retratos expostos da chamada elite cultural afro-pan-americana, enquanto descanso e o sol se põe ao som de Mapfumo. Será que algum dia sentirei falta desta época? Ainda não sei... Enfim me sinto 100% integrado a este ambiente e percebo que, mesmo sozinho, consigo sentir prazer e deleite em pequenas situações do cotidiano. Talvez o nome disso seja independência emocional.

Movido pela curiosidade, subo os degraus e - para o meu espanto - vejo um rapaz fazer uma abertura no chão com as pernas enquanto segura alto, com uma das mãos, uma garrafa de Stella Artois, e várias pessoas dançando, bebendo, sorrindo e fumando - tudo ao mesmo tempo. Mais um happy hour improvisado num começo de noite normal na UnB. Talvez eu fosse um universitário melhor se, ao invés de tomar cafezinhos antes da prova, eu tomasse uma cervejinha, de leve. Infelizmente eu ainda não sei dançar. Por enquanto.



OBS: Eis a canção. Belíssimo título!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Borboletas na guerra


Já que ninguém mais lê blogs, postarei isto aqui.
Pequeno fragmento de uma série de mensagens trocadas com uma grande pessoa...

Texto rico em metáforas.
Não tentem isto em casa.
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Parte 1 - O e-mail

05/12/12
Heric <####### @ ###mail . com>
para
<####### @ ###mail . com>
  
Um jovem soldado, dentro de sua trincheira, avista mais uma ameaça.
Com as armas em punho, aponta o rifle em direção ao objeto não identificado. Ele mirou e percebeu que tal objeto, na verdade, tratava-se se de uma borboleta - algo que nunca tinha aparecido naquele campo de batalha. O soldado ficou fascinado com aquele ser que desfilava no céu. Suas asas cintilavam dourado e azul; cada bater de asas era como se a borboleta sorrisse para o combatente. " - Como pode existir algo assim, tão belo, tão especial, neste mundo podre?" o soldado questionou, enquanto avistava, maravilhado, àquele fenômeno que surgia diante de seus olhos tristes e cansados. Não se ouvia mais os barulhos dos tiros e das bombas.

O ser sibilante se aproximou do rapaz e, por algum motivo não explicado, a borboleta dourada tocou na ferida do soldado, que se assustou com o gesto e atirou para o alto. Depois do tiro dado à esmo, o combatente olhou ao seu redor e não mais a viu. Ela se foi, sem se despedir. Ele não sabe se a feriu. Assustado com seu gesto impulsivo, e sentindo um misto de remorso e tristeza por aquilo que fez e por tudo o que enfrentara, o jovem largou sua arma no chão e chorou: pela primeira vez, depois de tantos anos de guerra. Só depois de espantar a borboleta ele foi perceber que ela também estava ferida e à procura de um lugar seguro, aonde pudesse ficar ao lado de alguém que a protegesse e não a ferisse mais. A intenção daquele pequeno ser ao tocar no soldado foi a de acariciá-lo, num gesto inédito de afeto para os dois.

O soldado ficou alguns instantes paralizado, pensando... Este será o único momento bom que ele guardará deste período. Resta a ele aguardar o retorno daquele incrível e improvável ser cintilante, que brilha dourado e azul. Não se sabe se a borboleta voltará, pois algumas coisas só nos acontecem uma vez durante a vida. Mas apesar da circunstância, ele mantém sua fé e acredita no retorno.

O céu já não é mais tão cinza. Agora ele guarda dentro de si o brilho dourado.

 
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Parte 2 - A resposta


06/12/12
Xxxxx <####### @ ###mail . com>
para Heric <####### @ ###mail . com>

Cara, o que posso te dizer agora e que talvez vc não saiba é que a borboleta não era tão cintilante assim, ela tb já estava ferida.
A guerra acontece pra todos, mesmo que no voo mais alto ela não tenha demonstrado feridas, cansaço e dor.
Ela só queria um porto, uma proteção e que pudesse com a proximidade do soldado se lembrar das alegrias de ser borboleta, que não precisava perder o brilho e cor, mesmo na guerra.
Ela se viu no soldado, que se viu na borboleta.
Ela não queria tão somente tocar, mas também ser tocada.
Neste momento ela não está escondida e sim perdida, atordoada, tentando mesmo ferida recuperar a capacidade e a vontade de voar.


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Parte 3 - O fim (?)

Ainda avistei a borboleta em algumas ocasiões, mas há um mês ela não aparece. Não sei o que dizer; Não sei o que pensar. Fica um estranho sentimento de perda e uma doce ternura... Só queria olhar em seus olhos durante cinco minutos, em silêncio, para te sentir por dentro, olhar as emoções estampadas em seu rosto e descobrir coisas em ti que você não consegue expressar em palavras. Era este o silêncio que gostaria de ter com você. Emoções silenciosas. Talvez um dia, ou nunca mais. Ainda não sei. Fecho meus olhos e vejo seu sorriso.